O que queremos com nosso ativismo?

Tempos de crise em Israel. Os recentes bombardeios na Faixa de Gaza e a intensificação do lançamento de foguetes contra o território israelense acordou ativistas de ambos os lados. Discursos maniqueístas repletos de acusações e certezas ocuparam as páginas do Facebook na forma de notícias, imagens e textos diversos. Na mesma semana, a Av. Paulista foi palco de 2 manifestações completamente opostas, mas que tinham um único ponto em comum: exigiam o fim dos ataques vindos “do outro lado”. 

Ao mesmo tempo em que se utilizaram discursos que se diziam “a favor da paz”, não vimos, em momento algum, o reconhecimento da dor do outro, nem a legitimação de suas lutas por segurança, soberania, autodeterminação e liberdade.

Dado o cenário, devemos nos fazer algumas perguntas: se somos, de fato, a favor da paz, por que somos incapazes de carregar bandeiras israelenses e palestinas lado a lado? Se somos, de fato, a favor da paz (e desejamos que os dois povos dialoguem e convivam em harmonia), por que nos colocamos de maneira agressiva frente a qualquer narrativa que seja diferente da nossa? Se somos, de fato, a favor da paz, por que não começamos dando o exemplo através de nossas próprias iniciativas?

Na semana passada, o cessar fogo foi anunciado. Como esperado, a maioria dos ativistas voltou a dormir. As notícias, os posts e as manifestações começaram a silenciar. Devemos, então, nos fazer uma última pergunta: se somos, de fato, a favor da paz, nos contentaremos com o cessar fogo ou buscaremos uma paz justa e duradoura para a região?

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