Itzhak Rabin (1922, 1995)

Quando falamos de Itzhak Rabin, falamos da história de Israel, pois sua vida, que durou 73 anos, está totalmente conectada com a os caminhos trilhados pelo país. Como todo israelense, sua ligação com a vida pública começou durante o serviço militar; no seu caso, em 1941, quando se juntou ao Palmach. A partir daí, seus desejos, sua pró-atividade e suas ordens passam a influenciar diretamente o futuro Estado de Israel.

Qual sentido de nos reunimos para lembrar a vida de Rabin no dia da sua morte? Fazemos isso com Rabin e com todos aqueles que prestamos homenagens, pois no aniversario de nascimento, a identidade e o caráter da pessoa ainda não estava formado; é apenas após toda sua vida que podemos ter certeza sobre qual pessoa iremos homenagear.

Prestamos essa homenagem a Rabin porque podemos analisar toda sua vida, sua atitude em diversas situações, sua identidade flexível e seu caráter irrepreensível. Não analisamos apenas sua conduta no Palmach, nem apenas sua conduta como ministro do trabalho; muito menos podemos pinçar seu primeiro ou segundo mandato como primeiro ministro; contudo, ao olhar para o conjunto de interferências da sua vida com o Estado de Israel, temos a certeza de homenagear um grande líder, que não é admirado somente por nós, mas por todo o mundo. Como exemplo, trouxe trechos de alguns discursos sobre Rabin, declamados por líderes árabes e israelenses.

Ezer Weizmann, presidente de Israel de 1993 a 2000, falou:

“Representatividades de 80 países, reis, chefes de Estado e ministros do mundo todo vieram hoje prestar respeito a Itzchak Rabin. (…) Eles vieram, primeiro e antes de tudo, para honrar Rabin, mas tenho a certeza que ele gostaria de saber, e que ele sabe, que também estão para honrar o Estado de Israel. O Estado de Israel que mudou, e ainda tem um longo caminho pela frente, mas um Estado de Israel que hoje tem maior aspiração pela paz do que pela guerra”.

Hosni Mubarak, presidente do Egito entre 1981 e 2011, falou:

“Seus sinceros esforços para alcançar a paz no Oriente Médio, são testemunhas de sua visão, que nós compartilhamos, com objetivo de acabar com o sofrimento de todos os povos da região”.

Shimon Peres, em seu discurso, ressaltou:

“Ser um capitão não é uma tarefa fácil. Sinceridade era sua segunda característica nata; responsabilidade, sua primeira. Essas duas qualidades fizeram de você, Rabin, um raro líder, capaz de mover montanhas, de designar um objetivo e alcança-lo. (…) Na sexta feira anterior ao sábado de sua morte, você me chamou para ressaltar a dificuldade do caminho que tinha pela frente, mas falou na obrigação que temos com a paz”.

O Rei Hussein, da Jordânia, disse para que Rabin “viveu como soldado”. Ainda segundo ele,

“Você, Rabin, morreu como um soldado pela paz, e eu acredito que chegamos no tempo em que devemos abertamente lutar pela paz”.

Por fim, cito Yasser Arafat, que em seu discurso ao ganhar o Prêmio Nobel da Paz, afirmou:

“Tenho certeza que esse prêmio não foi concedido a mim e aos meus parceiros Sr. Yitzhak Rabin, o primeiro-ministro israelense, e Sr. Shimon Peres, o ministro das Relações Exteriores, para coroar uma conquista, mas como um encorajamento a prosseguir um caminho com passos maiores e mais profundos de sensibilização, com intenções mais verdadeiras para que possamos transformar a opção de paz, a paz dos bravos, a partir de palavras em prática e realidade e para que sejamos dignos de carregar encaminhar a mensagem que nos foi confiada pelos nossos povos, bem como a humanidade, e um dever moral universal”.

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