Carla Habif

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Carla Habif é historiadora, graduada pela Universidade Federal Fluminense, especialista em Relações Internacionais com foco na área de política internacional no Oriente Médio e mestranda em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pretende trazer um pouco do que se passa nessa região em forma de opinião, notícias e outros meios. Sabendo que este é um assunto super polêmico, declara que tem a intenção de compartilhar novidades e esclarecer informações que não chegam até o Brasil ou que são altamente distorcidas por nossos meios de comunicação. É a favor da paz e por isso propõe mais uma forma de trocar idéias da melhor forma possível.

Posts recentes no blog escrito por Carla Habif

EUA interromperão ajuda monetária e militar ao Egito

Desde a segunda metade da década de 1970, a ajuda monetária norte-americana ao Egito tem sido uma das grandes bases da sua economia, que está enfraquecida desde janeiro de 2011, quando tiveram início as manifestações que culminaram na Primavera Árabe Egípcia.

Bandeiras do Egito e dos EUA levadas em passeata de suporte à deposição de Mubarak em Seattle, 2011.

Bandeiras do Egito e dos EUA levadas em passeata de suporte à deposição de Mubarak em Seattle, 2011.

A instabilidade política, que está levando à perda do apoio estadunidense, vem interferindo fortemente em várias setores da economia e isto será agravado com este anunciado possível cancelamento de aportes do Estados Unidos (EUA), já que eles colaboram economicamente com Egito em diversas áreas, desde a militar até a educativa. Além disso a instabilidade política está afetando outro grande pilar da renda egípcia, o turismo, pois o número de turistas continua a cair com o aumento da violência entre o governo militar e seus opositores.

Foi nesta última quarta-feira que o Governo norte-americano divulgou que irá reter a assistência militar em sistemas de grande escala, bem como parte do auxílio monetário que é fornecido. O anúncio ocorreu após mais um embate entre as Forças Armadas egípcias e opositores islamitas no domingo, que deixou mais de 55 pessoas mortas.

Dentre os equipamentos militares que deixarão de ser enviados estão helicópteros Apache, mísseis Harpoon e peças de tanques. O governo de Barack Obama também pretende interromper a transferência de 260 milhões de dólares em dinheiro e uma garantia de empréstimo no valor de 300 milhões de dólares.

O Departamento de Estado norte-americano afirmou que irá continuar a fornecer suporte na saúde, na educação e para atividades contraterroristas na Península do Sinai. Segundo a porta-voz Jen Psaki, o Estados Unidos Irão continuar a reter a ajuda que realizava antes da queda de Mohamed Morsi, em julho deste ano (2013), devido a falta de um progresso digno de confiança de que o Egito estaria caminhando em direção a um governo inclusivo e eleito democraticamente através de eleições livres.

Desde a queda do ex-presidente Morsi pelas Forças Armadas, o governo Obama não tem sido claro em relação aos acontecimentos no Egito. Tendo até 2011 um aliado no Oriente Médio sob a longa presidência de Hosni Mubarak, o norte-americanos não foram objetivos a respeito de seu posicionamento quanto aos fatos ocorridos desde então.

Quando Morsi foi eleito, houve uma preocupação consistente em relação à Irmandade Muçulmana no poder, porém Washington não se atreveu a apoiar o golpe militar contra o primeiro presidente escolhido democraticamente no país. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o congelamento da ajuda fornecida não pretende ser permanente, mas temporário. O objetivo principal seria incentivar o governo a adotar medidas para eleições democráticas.

Contrapondo-se à falta de clareza do posicionamento norte-americano frente à queda de Morsi, no entanto, Estados do Golfo pérsico se colocaram imediatamente a favor do golpe contra a Irmandade Muçulmana. A Arábia Saudita, por exemplo, afirmou que passará a fornecer auxílio ao governo egípcio, caso o Estados Unidos retirem seu apoio.

A questão entre Washington e Cairo vai muito além da área econômica, representando uma enorme instabilidade e incerteza para a longa aliança entre os governos norte-americano e egípcio.

Ressalte-se ainda que Mohamed Morsi continua mantido em local secreto desde sua deposição da Presidência em julho deste ano (2013). O Ex-Presidente será julgado no próximo dia 4 de novembro, segundo a mídia estatal do Egito, sob acusações de incitar assassinato e violência. As acusações se referem à morte de pelo menos sete pessoas durante confrontos entre adeptos da Irmandade Muçulmana e opositores que protestavam no ano passado em frente ao palácio presidencial no Cairo.

Texto publicado originalmente no blog Oriente Médio Hoje.

Este e outros textos da autora podem ser conferidos em http://www.jornal.ceiri.com.br/author/carla/

Egito ameaça atacar a Faixa de Gaza

Oficiais da Força de Segurança do Egito anunciaram na última quinta-feira, dia 26 de outubro, que o exército do país elaborou planos para atacar alvos na Faixa de Gaza. A ameaça de ataque é a primeira do tipo, após semanas de tensão entre Cairo e o Hamas, partido no poder na Faixa de Gaza. Na semana passada, o Ministro das Relações Exteriores egípcio, Nabil Fahmy, realizou uma declaração de que a situação entre Cairo e o Hamas era de tensão e seria possível haver respostas militares por parte do Egito.

 

Desta vez, fontes do Exército relataram à agência de notícias palestina, Ma’an, que os novos planos do país em relação à região incluem ataques a alvos específicos, além disso que as Forças Armadas já sobrevoaram o território em veículo aéreo não tripulado para fotografar uma série de pontos no local. Segundo os oficiais, os ataques serão realizados caso haja uma escalada de violência contra tropas egípcias no Sinai por grupos terroristas baseados no território palestino governado pelo Hamas.

As informações são de que o Exército do Egito planeja atacar somente grupos extremistas baseados em Gaza, considerado como hostis. Os oficiais procuraram deixar claro que não enxergam toda a população palestina sob o governo do Hamas como adversária.

O aviso por partes dos militares foi realizado depois de três soldados egípcios terem sido feridos com explosões ao norte da Península do Sinai, na manhã de terça, dia 1o de outubro. A tensão entre o Governo egípcio e o Hamas na “Faixa de Gaza” vem crescendo nas últimas semanas, com o aumento da violência entre exército e grupos islamitas na região.

A fonte que realizou o pronunciamento à agência Ma’an afirmou que o ataque realizado ao centro de inteligência localizado na cidade de Rafah, próxima a fronteira entre Egito e Gaza, foi realizado por organizações terroristas do próprio lugar. No ataque em questão, ocorrido há menos de um mês, duas explosões mataram dezessete pessoas e deixaram onze feridos, a maioria soldados.

Na quarta-feira passada, o comandante do Segundo Exército do Egito, general Ahmed Waasfi, declarou que a paciência das forças militares egípcias com osjihadistas da Faixa de Gaza está se esgotando[5]. Ao longo das últimas 48 horas o Exército egípcio intensificou suas operações ao norte do Sinai, com o objetivo de rastrear operações terroristas, além disso, os militares continuam demolindo túneis que ligam o país a cidades na Faixa de Gaza. Centenas já foram demolidos e a economia já precária das cidades palestinas localizadas na região começa a piorar ainda mais sem os contrabandos de produtos vindos do Egito.

Na semana passada, o Governo egípcio reabriu a passagem de Rafah, principal fronteira entre Egito e Gaza, que ficou fechada por aproximadamente uma semana e meia. A passagem é constantemente fechada e reaberta desde a deposição do ex-presidente Mohamed Morsi pelo Exército, no último dia 3 de julho, como resultado das acusações contra o Hamas, que estaria envolvido em ataques aos soldados egípcios no Sinai. O Hamas continua negando as acusações feitas pelo governo do Egito, afirmando que elas são uma tentativa de prejudicar sua imagem.

Texto publicado originalmente no blog Oriente Médio Hoje.

Este e outros textos da autora podem ser conferidos em http://www.jornal.ceiri.com.br/author/carla/

Tensão entre Cairo e Hamas

O “Ministro das Relações Exteriores” egípcio, Nabil Fahmy, disse ao jornal londrino “Al Hayat” que, no momento, há uma tensão entre o Cairo e o Hamas, partido que atualmente está no governo palestino da “Faixa de Gaza”. As “Forças Armadas do Egito” alegam que militantes do Hamas atuaram em conjunto com islamitas que apoiam a “Irmandade Muçulmana” ao norte do Sinai. A região vem sendo palco de violência crescente entre militares e ativistas em prol do presidente deposto, Mohamed Morsi.

Há duas semanas, a televisão estatal egípcia já havia acusado o Hamas de treinar militantes islamitas egípcios com técnicas de transporte de bombas. O Hamas negou o fato fortemente, alegando que esta era uma tentativa de demonizar o partido político.

Segundo Fahmy, se o governo egípcio sentir que há grupos no Hamas ou em qualquer outro partido tentando violar a segurança nacional do Egito, a resposta do Exército será severa. Ele não especificou de que forma tal resposta se colocaria, no entanto. O atual Ministro das Relações Exteriores egípcio recebeu o cargo após a derrubada de Morsi da presidência. Na entrevista ao “Al Hayat”, ele acrescentou: “Se o Hamas provar através de ações e não de palavras – e infelizmente há muitos indicadores negativos – suas boas intenções, então ele encontrará um partido egípcio que proteja o lado palestino”.

Grande parte da economia e da qualidade de vida da população de Gaza está atualmente diretamente conectada às relações com o Cairo. A região palestina sofre embargos econômicos fronteiriços estabelecidos por Israel e depende do contrabando de produtos realizado através de túneis conectados ao Sinai.

Desde julho, mês em que o ex-presidente Mohamed Morsi foi deposto pelo Exército com a pressão da população contra seu regime, as “Forças Armadas” egípcias já demoliram mais de 150 destes túneis, que ligam o país à “Faixa de Gaza”. O porta voz do Exército egípcio, Ahmed Ali, declarou que as operações são em prol da segurança do Egito e reafirmou a colaboração de grupos em Gaza aos militantes islamitas na região do Sinai. Ali assegurou que as operações não têm como objetivo estabelecer uma zona tampão, isolando Gaza, como acredita o Hamas.

O Hamas é por ideologia uma ramificação da “Irmandade Muçulmana”, e o posicionamento do governo egípcio na defensiva em relação ao grupo segue de acordo com a atuação interna do Exército, que vem combatendo os militantes que apoiam o grupo político em questão desde a queda de Morsi. O ex-presidente, deposto no último dia 3 de julho, está sendo investigado sob a acusação de conspirar com o Hamas quando escapou da prisão em 2011.

O próprio jornal “Al Hayat” afirmou em um artigo que os palestinos que vivem em Gaza estão sofrendo as consequências das escolhas do atual governo em relação à política com o Egito. Nabil Fahmy foi questionado se qualquer resposta armada em relação ao Hamas pode incluir o fechamento da fronteira de “Rafah”, entre o Sinai e Gaza. Em resposta, o “Ministro das Relações Exteriores do Egito” disse que as opções são de segurança militar e não opções que possam resultar no sofrimento da população civil palestina.

O Hamas segue negando as acusações egípcias. O vice-Ministro das Relações Exteriores da Faixa de Gaza, Ghazi Hamad, descreveu os comentários de Fahmy como perigosos e desnecessários. Hamad alegou, ainda, que a declaração fornecida ao Al Hayat contradizem a longa história do Egito em defesa do povo palestino.

Texto publicado originalmente no blog Oriente Médio Hoje.

Este e outros textos da autora podem ser conferidos em http://www.jornal.ceiri.com.br/author/carla/

Notas sobre o Oriente Médio

Escrevo semanalmente para o CEIRI Newspaper, como colaboradora articulista. Meus artigos são sobre a região do Oriente Médio, com especial foco em Egito e Israel.

O link a seguir leva para a página com as minhas notas. Elas são publicadas todas as sextas feiras. O jornal é atualizado diariamente:

http://www.jornal.ceiri.com.br/author/carla/   

Egito: o que está acontecendo?

Na última quarta feira, dia 14 de Agosto, o Egito deixou o mundo em choque. O país está em período de transição desde Janeiro de 2011, quando começaram as manifestações que levaram à renúncia de Hosni Mubarak. Mubarak manteve um governo altamente autoritário com duração de mais de três décadas.

Após um governo de transição liderado pelo exército, há cerca de um ano o país elegeu seu primeiro presidente eleito. Membro da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi permaneceu como presidente do Egito até o dia 03 de Julho de 2013. Ao longo de seu relativamente curto governo, Morsi enfrentou uma séria oposição composta por liberais, seculares e esquerdistas.  Desde sua eleição, as manifestações por um governo que atendesse às demandas sociais e econômicas do Egito continuaram. O presidente deposto foi acusado de prosseguir com o autoritarismo de seu antecessor.

No dia 30 de Junho deste ano, para marcar o primeiro aniversário de Morsi no governo, milhões de civis tomaram às ruas do Cairo em protesto aos rumos da presidência. A manifestação foi organizada pelo Movimento Tamarod. Na ocasião, os manifestantes incitaram o exército a dar um ultimato para o presidente Morsi, avisando que se ele não viesse a cumprir as demandas econômicas e sociais em até 48 horas, as forças armadas iriam intervir e instaurar seu próprio plano de governo. A resposta de Morsi foi de que sua presidência era legítima e que qualquer medida que o levasse a renunciar à força acabaria conduzindo o país ao caos.

Manifestação contra Morsi: “Somente palavras”

Manifestação contra Morsi: “Somente palavras”

Morsi foi deposto pelas forças armadas no dia 3 de Julho, quando o General Abdul Fattah al-Sisi declarou que a constituição do país estava suspensa. O Chefe da Justiça Adly Mansour ficou responsável por assumir o governo de transição, que deveria se manter até que fossem realizadas eleição residencial e parlamentar. O vice-presidente nomeado foi Mohamed ElBaradei, figura de destaque da oposição. Desde então, o Egito ficou dividido entre os apoiadores de Mohammed Morsi e seus opositores.

Na última quarta feira, dia 14 de Agosto, o Egito enfrentou o que o Primeiro Ministro da Turquia chamou de um “massacre muito sério”.  As forças armadas do governo de transição invadiram dois acampamentos de protestos a favor de Morsi, utilizando gás lacrimogêneo e armas de fogo para dispersar os manifestantes. Tanques blindados também fizeram parte da operação.

Os acampamentos se localizavam próximos ao Cairo, na mesquita Rabaa al-Adawiya e na Praça Nahda ao oeste da cidade. Segundo o Ministério da Saúde, foram cerca de 3700 feridos e 525 mortos. A Irmandade Muçulmana, principal apoiadora da legitimidade de Morsi, afirma que o número de assassinados é superior a dois mil. O Ministério da Saúde declarou que em seus relatórios só constam o número de corpos que passaram pelos hospitais púbicos.

Cartaz a favor de Morsi: “Sim à legitimidade. Não ao golpe”

Cartaz a favor de Morsi: “Sim à legitimidade. Não ao golpe”

Na manhã de quinta, dia 15 de Agosto, a Irmandade Muçulmana convocou a população para marchar contra a ação das forças armadas do dia anterior, tanto no Cairo quanto em Alexandria. Os manifestantes invadiram o prédio que sedia o governo em Giza, incendiando as instalações. Após algumas horas, foram rechaçados pela polícia.

O vice-presidente do governo de transição, ElBaradei, renunciou na quarta feira em oposição às ações das forças armadas. Os Estados Unidos, assim como outros governos, condenou a intervenção militar do dia 14 de Agosto e anunciou que as operações militares conjuntas com o Egito previstas para Setembro estão canceladas. Tayyip Erdoğan, o Primeiro Ministro da Turquia, pediu que o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúna rapidamente para tomar alguma atitude em relação à violência no país.

Desde as manifestações de Janeiro de 2011, o Egito enfrenta seu momento mais sangrento. O mundo tem reportado as notícias que acontecem a cada momento no país e sobre ele, mas análises sobre o futuro são complicadas de serem realizadas. Desde Janeiro de 2011, ainda, através de manifestações, a população conseguiu depor um governo autocrático, votar para presidente, tirar do poder o governante eleito por insatisfação e lutar contra o governo de transição atual. Ainda em Janeiro de 2011, a população se encontrava bastante diversificada na Praça Tahrir: homens, mulheres, islamistas, seculares, jovens, estudantes e mais. Eles tinham um objetivo comum, porém pouco detalhado: ua liderança democrática e justa para a população. Hoje, o Egito está dividido. Os interesses de cada grupo estão cada vez mais entrando em confronto, o que não é algo de simples análise em um país com uma população superior à 82 milhões de pessoas, em uma sociedade altamente estratificada social, religiosa e economicamente.

Texto publicado originalmente no blog Middle East Talks … vamos bater um papo sobre Oriente Médio?.

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O Dia Mais Santo

Sexta feira é o dia santo para muçulmanos e judeus. No islã, é o dia que se realiza a oração de Juma, um pouco mais longa do que as outras e precedida de um sermão especial. Para os judeus, na sexta à noite começa o sétimo dia da semana, Shabat. No dia 06 de julho, presenciei a sexta feira mais santa de todas que vivi ao longo dos meus 27 anos.

Na semana em questão eu me encontrava em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina. Fui convidada a participar da quarta Muslim Jewish Conference, que recebeu cerca de 100 jovens profissionais de 39 países ao redor do mundo. O objetivo: gerar um espaço onde podemos dialogar. Da Argentina ao Egito, conheci pessoas incríveis dos mais variados lugares.

Em nosso primeiro encontro na Conferência, nos pediram um simples exercício. Que judeus formassem grupos de judeus e muçulmanos grupos de muçulmanos e, em uma folha bem grande, escrevessem os estereótipos que a sociedade possui a respeito da sua cultura/religião. Primeiro ponto: você percebe que os preconceitos são os mesmos no mundo inteiro. No mundo inteiro boa parte das pessoas acha que todos os judeus são ricos, médicos e advogados, controlam a mídia, são fascistas e comunistas ao mesmo tempo. No mundo inteiro, boa parte das pessoas acha que todas as mulheres muçulmanas são reprimidas, que islamismo e terrorismo estão diretamente conectados e que todos os muçulmanos são árabes. Pois é. O segundo ponto: ao declararmos quais são os estereótipos que existem, deixamos claro que é isso que eles são… Estereótipos. E aí podemos começar a conversar.

Judeus e muçulmanos rezando juntos no memorial

Judeus e muçulmanos rezando juntos no memorial

Nos dias que se seguiram, a maior parte do tempo era dedicada aos comitês. Eu estava no comitê de Resolução de Conflitos. Foi incrível descobrir e aprender, o pouco que deu em menos de uma semana, sobre toda uma teoria a respeito, estudar o passo a passo. Como o conflito se cria, como ele pode se resolver. E não é fácil colocar em ação aquilo que é estudado há décadas por psicólogos, historiadores e profissionais de Relações Internacionais. E, além da teoria, a prática. Meu grupo, tendo como participantes pessoas de países bem distantes, chegou a questões similares em relação às suas comunidades locais e, assim, criou projetos que podem ser adaptados a diferentes lugares. Estamos trabalhando nisso!

Tivemos a semana inteira uma série de palestras, aulas e espaços sociais. Você descobre que faz amizades pelo papo, os assuntos, interesses. E não pela religião ou pela língua que você fala, ou pela cultura na qual você vive. Só depois de algumas horas o assunto “você é judeu, muçulmano ou outra coisa?” surgia à tona e, normalmente, porque estávamos a caminho de um bar e nesse caso é preciso ter cuidado: muçulmanos praticantes não ingerem álcool. Respeito é essencial.

Na quinta feira, um dia antes da Conferência terminar, fomos a Srebrenica. Esta foi a cidade que serviu de palco para o massacre de muçulmanos durante a guerra em 1995. Um genocídio real, tentativa de limpeza étnica que aconteceu há menos de 20 anos. Eu estava viva quando isso aconteceu… e passei boa parte da minha existência estudando sobre o Holocausto e ouvindo “que coisas assim nunca mais aconteçam”. Incrível como acontece o tempo todo e a gente nem fala disso. Em Srebrenica, cerca de 8 mil civis perderam suas vidas por serem muçulmanos. Ainda hoje, corpos estão sendo reconhecidos e enterrados. Rezamos juntos, em árabe e hebraico, pelo descanso destas almas e pela paz.

Túmulos de vítimas do genocídio em Srebrenica

Túmulos de vítimas do genocídio em Srebrenic

Nesse ínterim, foi fabuloso pesquisar e encontrar muitas ocasiões na qual judeus e muçulmanos não só conviveram bem, como se ajudaram. Exatamente estes eventos, a Shoá (Holocausto) e a guerra na Bósnia, muçulmanos salvaram judeus e judeus salvaram muçulmanos.

Mas eu comecei falando da sexta feira. Na sexta, a Conferência acabou ao meio dia. Muitos muçulmanos foram à maior mesquita de Sarajevo para a Juma. Falaram que quem quisesse poderia acompanhá-los. Então eles tiveram vários acompanhantes. Escutamos a oração e o sermão sem entender praticamente nada (até porque o Imã falou em bósnio), mas aquilo em si era santo. O Imã nos recebeu da melhor forma possível, conversou conosco, nos deu boas vindas e esclareceu que as relações com os judeus são boas. Seu tom de voz continha estranheza, um ar de “porque não seriam?”. A mesquita é linda e nossos colegas da Conferência estavam muito animados de nos receber em seu local sagrado.

À noite fomos para a sinagoga celebrar a entrada do Shabat. Todos foram avisados do horário de encontro no hotel e, chegando na recepção, não tive surpresas em ver praticamente o grupo inteiro, judeus, cristãos, ateus, agnósticos, budistas e muçulmanos. O líder da sinagoga (eles não têm um rabino local) nos recebeu de braços abertos, conversou com todos, cantou em ladino e rezou em tom sefaradi (costume judaico provindo do Oriente Médio). Eu entendo melhor o que se passa em uma reza de Shabat, já que frequento toda semana. E nunca foi tão especial. Cantar rezas de louvor a D’s fez tanto sentido com todos nós, irmãos, todos criados “à Sua semelhança”, presentes, abraçados, unidos. Se paraíso existe, deve ser um local assim. Com todos juntos, rezando com pensamentos bons, dando as mãos sem olhar pra qual religião, de qual nacionalidade, de que cor é a pessoa que está ao nosso lado.

Tudo isso me veio a mente na última sexta, quando fui à sinagoga que sempre frequento e percebi que as rezas cantadas me traziam de volta esse momento. A sexta feira mais santa que já presenciei.

Muçulmanos e Judeus na mesquita após a Juma

Muçulmanos e Judeus na mesquita após a Juma

Veio nos visitar no meio da semana da Conferência um rabino israelense que frequenta a cidade sempre que possível, David Rosen, junto com o Mufti de Sarajevo. Ele disse algo tão simples e, ainda assim, tão importante de lembrarmos: “se vocês não quiserem que a religião seja um problema, deixem que ela seja a solução”.

Texto publicado originalmente no blog Middle East Talks … vamos bater um papo sobre Oriente Médio?.

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Escolas em Israel de Co-educação em Árabe e Hebraico

Esta semana, no dia 25 de Abril, oThe Atlantic publicou uma matéria sobre escolas em Israel onde a educação é bilíngue e multicultural, em árabe e hebraico. Voltada para famílias interessadas em um aprendizado que visa a coexistência, estas instituições possuem um grande público alvo desconhecido pela maioria dos interessados em Oriente Médio deste lado do globo: filhos de casamentos mistos. Um dos pais de origem árabe e o outro de origem judaica.

Uma criança palestina e uma israelense praticando esportes na escola.

Ocorre que casos assim são mais comuns do que se imagina. Nestas escolas os alunos têm a oportunidade de vivenciar ambas as culturas de suas casas e terem uma escolha mais informada sobre a cultura e religião que desejam adotar para si próprios posteriormente, quando não as duas.

Segundo a reportagem, estes órgãos educativos não somente demonstram um avanço cultural e social em meio a uma sociedade tão complexa quanto a israelense, como seus alunos demonstram melhores resultados em exames nacionais e maior taxa de presença em universidades.

Com dois professores em sala, um judeu e um árabe, tais escolas são denominadasHand in Hand schools (escolas De Mãos Dadas). Existem no momento quatro filiais em Israel, todas públicas e reconhecidas legalmente pelo Ministério da Educação.

O sucesso das quatro Hand in Hand, outras escolas passaram a querer seguir o exemplo. Porém o caminho para o ensino inter-religioso ainda possui uma série de obstáculos. A matéria do jornal apresenta um lindíssimo caso, da escola Ein Bustan. Estabelecida em 2005, esta instituição foi criada por pais de crianças árabes e judias com o objetivo de que seus filhos fossem educados juntos. A Ein Bustan segue o método Waldorf, que segue uma linha de educação alternativa que promove a ênfase nas artes, imaginação e competências sociais.

Em um local onde notícias sobre guerras e conflitos sociais se sobressaem, é excelente e importante ficar a par de iniciativas como estas, que tomam como sua base o que há de essencial para quaisquer mudanças na sociedade: a educação das crianças. Não deixe de ler a matéria do The Atlantic clicando aqui e visitar os sítios das escolas em questão.

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Homenagem ao Rabino Menachem Froman: religioso, sionista e pacifista

No dia 04 de Março, após uma longa luta contra o câncer, faleceu aos 68 anos o Rabino Menachem Froman. Morador do assentamento de Tekoa, ao longo de sua vida ele atuou não somente como líder religioso, mas como artista e poeta. Sua morte é uma grande perda. O Rabino Froman foi um religioso sionista que sempre lutou pela paz, sendo bem recebido por palestinos e líderes religiosos muçulmanos. Teve encontros marcantes com o presidente palestino Mahmoud Abbas e Yasser Arafat antes dele, assim como Erdogan da Turquia.

Seus atos pela paz e pela união de uma sociedade israelense justa para os dois povos não foi fácil, encontrando forte críticas de ambos os lados. Mas o Rabino Froman persistiu na sua crença de igualdade até o final.

Este vídeo está sendo postado como uma pequena homenagem para um grande homem.

Um excelente exemplo de que a religião não precisa e não deve ser um empecilho para esta questão.

“Paz é modéstia. Para atingir a paz, tem que ser humilde. Aquele que é humilde perante o Todo Poderoso, também é humilde cara a cara perante seus vizinhos. Você precisa amar seu vizinho. Os palestinos são meus vizinhos. Então o amor aos palestinos é a essência da minha religião”.

(Não encontrei um vídeo com legendas em português. Espero que todos possam entender a essência).

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Texto publicado originalmente no blog Middle East Talks … vamos bater um papo sobre o Oriente Médio?

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Dois anos sem Mubarak

Manifestantes gritando slogans e acenando bandeiras nacionais na Praça Tahrir, no Cairo.

No dia 11 de fevereiro de 2011, o então presidente do Egito Hosni Mubarak renunciou ao seu posto. Frente aos protestos ocorridos principalmente na Praça Tahrir, no Cairo, a queda de Mubarak foi um dos ápices da chamada Primavera Árabe.

A Primavera Árabe ganhou palco nos jornais e universidades do mundo inteiro por representar uma onda política revolucionária no Oriente Médio. Sendo de imensa particularidade em cada um dos países palcos deste evento já histórico, teve início em 2010 e ainda não chegou a um fim. Em alguns casos, nada mudou. Em outros, a luta continua.

Desde a renúncia do antigo presidente, o Egito passou por um governo militar provisório, teve suas primeiras eleições parlamentares democráticas e, enfim, em junho do ano passado, seu primeiro presidente eleito pelo povo. Uma eleição assistida por delegados da ONU, marcada por uma série de incertezas e, principalmente, por uma enorme divergência de opiniões políticas a respeito de qual deveria ser o novo partido a frente da República. Para conseguir uma real mudança em seu país, mais de um milhão de pessoas foram às ruas no Cairo. Só que este número não representa uma força significativa em uma região composta por mais de 80 milhões de habitantes.

Dois anos depois e os protestos continuam na Praça Tahrir e em frente ao Palácio Presidencial. O segundo aniversário da queda de Hosni Mubarak foi marcado por atos populares contra o governo de seu sucessor e atual presidente Mohammed Morsi. As Forças Armadas responderam espalhando gás lacrimogêneo dentre os militantes. O objetivo era dispersar algumas centenas de cidadãos que tentaram invadir o Palácio através da barreira de arame farpado que o protege. Algumas pessoas gritavam o desejo de derrubar o regime, enquanto outras atiravam pedras. Nas paredes encontram-se inscrições em grafite com uma palavra: “Erhal” (“Vá Embora”), o mesmo slogan utilizado nas manifestações de janeiro e fevereiro de 2011 direcionadas a Mubarak.

Nos últimos dias ocorreram diversas manifestações. Um homem mascarado bloqueou a passagem de trens na Estação Central do Cairo e uma dúzia de manifestantes parou o trânsito com pneus em chamas em um dos principais viadutos da cidade. Centenas de pessoas protestaram em frente ao escritório do promotor-chefe do Egito, demandando justiça pelos manifestantes mortos pelas Forças Armadas desde a subida de Morsi à presidência.

Mohammed Morsi representa a Irmandade Muçulmana, o grupo mais forte de oposição durante o governo Mubarak. No entanto, as queixas dos manifestantes nas ruas do Cairo e de Alexandria são de que pouco ou nada mudou nos últimos dois anos, acrescentando ainda um aumento na violência contra civis. As manifestações apresentam insatisfação em relação à estagnação econômica – resultante de uma rivalidade política entre o bloco Islamista conservador e sua significativa oposição secular – e à tentativa do atual presidente em monopolizar o poder, ignorando as demandas dos grupos liberais, principais participantes das manifestações. Muitos protestam também por uma emenda à nova constituição egípcia. O argumento é de que o partido islamista teria se apressado no processo de aprovação da nova Carta Constitucional apesar da falta de acordo com a oposição. Como resultado, criou-se uma carta que mina liberdades de expressão e de crença e desvaloriza os direitos das mulheres egípcias.

Morsi tem repetidamente negado as acusações, culpando a oposição e possíveis partidários de Mubarak de tentarem destruir o governo de um presidente eleito democraticamente. Após sete meses na presidência do Egito, a popularidade de Morsi caiu cerca de 50% de acordo com o pesquisador Magued Osman do Egyptian Center for Public Opinion Research. A pesquisa foi feita através de entrevistas pelo telefone e possui uma margem de erro inferior a 3%.

“Estamos aqui para que Mohammed Morsi, o ditador, saia. Ele é simplesmente tão ruim quanto Mubarak, senão pior”, disse Doaa Mustafa – dona de casa de 33 anos – em entrevista ao jornal israelense Haaretz, alegando estar disposta a permanecer protestando nas ruas até que Morsi renuncie, assim como Mubarak o fez.

Dois anos de manifestações, conquistas e derrotas e a luta por um Egito mais democrático continua. O termo histórico para “revolução” significa de forma geral uma grande mudança na ordem existente. O Egito democrático pelo qual os manifestantes têm lutado desde Janeiro de 2011 ainda não foi conseguido, mas certamente muito mudou. E o passo para se alcançar um objetivo é exatamente lutar pelo mesmo. Uma luta, mesmo que árdua, passível de ser assistida por parte de muitos cidadãos egípcios. Os meses passam, as estações mudam… a Primavera Árabe ainda tem muito pela frente.

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Texto publicado originalmente no blog Middle East Talks … vamos bater um papo sobre o Oriente Médio?

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Guerra pela Paz?

“TODA GUERRA É GANHA PELOS GENERAIS E PERDIDA PELOS SOLDADOS”.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

THE BEREAVED FAMIELIES FORUM PROTESTׂ: famílias israelenses e palestinas que perderam entes queridos e resolveram se juntar e gritar pela paz!

Nesta semana, infelizmente, o Oriente Médio se encontra na situação que a mídia mais gosta: em guerra. Explosões, tiros e mortes. Os jornais vendem, as pessoas tomam partidos, apontam culpados, políticos ganham intenções de votos por terem sua política altamente voltada para a segurança externa. Lá isso é necessário. Afinal, uma região movida à pólvora precisa que seus governantes sejam fortes o suficientes para defender seus respectivos cidadãos. Correto. Se a história toda realmente precisasse ser assim.

A Primeira Guerra Mundial aconteceu como consequência do neo imperialismo, corrida armamentista, revanchismo, dentre outras causas que nós aprendemos na escola. Responsáveis: Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Rússia, Império Austro-Húngaro, Império Turco-Otomano, Estados Unidos. Ou melhor, seus líderes, claro. Resultado: mais de 19 milhões de mortos, cerca destes 5% eram civis. O que é uma outra questão importante. Seriam todos os soldados seres extra humanos, não civis nas horas de folga, homens e mulheres que não possuem vidas normais, aqueles que, como nós em nossos empregos, cumprem ordens nem sempre lá muito claras? Esse 5% pode ser importante para um certo número de pesquisas, mas deixo ressaltado os 19 milhões como um todo.

Bom, Israel e Palestina, nossos atores principais favoritos da odisséia “Oriente Médio, palco de guerras”. Resumo da ópera. Desde quarta feira cerca de 300 mísseis foram atirados de Gaza em direção a Israel. Começaram atingindo cidades do sul e estão chegando ao centro do país, bem próximo a Tel Aviv (algo que não ocorria há 20 anos). Responsável: Hamas. Israel precisa se defender. As FDI (Forças de Defesa de Israel) revidaram com cerca de 250 mísseis em direção a Faixa de Gaza. Atingiram, com elas, algumas células terroristas preparadas para lançar ainda mais mísseis. Responsável: Likud (Benjamin Netanyahu). O Hamas é o partido governante oficial de Gaza, oposto ao governo palestino da Cisjordânia contra qualquer intenção de conversação com Israel. O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é do partido Likud e está em seu segundo mandato desde 2009. Mas tudo isso você pode ler nos jornais (eu indicaria os locais, que como todo bom meio de comunicação já é partidário, mas não tão sensacionalista como os que temos no Brasil).

Em outras palavras: o Hamas se recusa a conversar com Israel, quebra o cessar fogo constantemente nos últimos meses através de mísseis, que após algum tempo de tolerância são revidados pelas FDI. E aí fica nessa. Morrem civis, morrem militantes, morrem soldados. Morrem pessoas. Nesta situação atual, até o momento, foram 15 palestinos e 3 israelenses. Israel possui alarmes, bunkers e política de proteção e artefatos anti-mísseis. O por que da mídia internacional condenar a alta proteção é uma indagação. Na Faixa de Gaza, nada, nenhuma proteção. As aulas escolares costumam continuar em dias como este, então as pessoas ao redor do mundo culpam Israel pela morte de crianças, mulheres e idosos. Pois é. Crianças israelenses não morrem, mas elas crescem sabendo que o alistamento no exército não é obrigatório. É necessário. Não é porque elas não morrem que ficar em bunkers escutando explosões torna-se algo passível de terror e perigo. É assim que eu vejo a situação, sim. De forma simples, estou criticando a falta de crítica ao redor do mundo em relação ao Hamas.

Mas, a indagação fica. Quem eram estes 15 palestinos? E quem eram estes três israelenses? Não quero saber seus empregos, se eram soldados ou comerciantes. Gostaria de saber se eram maridos, filhos, pais, amigos. Quais os seus nomes. A quem deixaram saudades. Quem são os milhares amedrontados dos dois lados da fronteira?

A visão realista do mundo é a mais clara pela minha janela. Mas por convicção, sou pacifista! Acredito no direito de defesa mas ninguém vai me convencer que todo palestino é terrorista e que todo israelense é imperialista, caçador de árabe. Ah, pelo amor de D’us. Que, aliás, deveria ser mantido fora desta história. Pessoas são pessoas, como eu e você. E a maioria delas não quer conflito, não quer morrer com uma bala perdida, uma bomba no ônibus ou um míssil aterrissado em sua casa. Faço um apelo para que parem de achar um mocinho e um bandido. Se existisse, um dos dois já teria ganhado essa rixa. Quando aceitarmos que existem versões, verdades e narrativas diferentes, será possível conversar. Ou, no nosso caso aqui distante, colaborar em prol de um bem maior.

Palestinos (e partidários): israelenses são pessoas como vocês, que moram em Israel, nem sempre apóiam o governo e têm medo de morrer em guerra. Israelenses (e partidários): nem todo palestino é terrorista, muitos temem e são contrários ao governo do Hamas.

Continuem escrevendo nos seus facebooks e twitters posts sobre este conflito. Mas enfatizem o principal: que ele não deveria estar acontecendo, que nenhum de vocês quer isto para ninguém. Curtam as páginas dos movimentos Israel-Loves-Palestine, Palestine-Loves-Israel, Israel-Loves-Iran, Iran-Loves-Israel e vejam com seus próprios olhos como “eles” querem a mesma coisa que “vocês”. Viver em paz.

Indico a leitura do depoimento de Michel Gherman, doutorando em História Social pela UFRJ que está em Israel: “O Conflito Palestino-Israelense tem muito mais do que dois lados”.
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Texto publicado originalmente no blog Middle East Talks … vamos bater um papo sobre o Oriente Médio?

Este e outros textos da autora podem ser conferidos em http://orientemediohoje.com

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